quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sobre a queda de cabelo acentuada


Indivíduos que apresentam algum grau de calvície ou queda de cabelo e procuram por profissionais na área da saúde ou da estética desejam, em quase sua totalidade, recuperar parte ou todos os fios perdidos, além de conseguir controlar a queda diária dos cabelos e ainda engrossá-los. Tudo isso em um curto prazo de tempo.

Todo paciente com calvície associa sua doença à queda diária dos fios. E, com isso, acredita que o sucesso do tratamento realizado depende do controle dessa queda. Controlar a queda diária não é sinônimo de resposta ou de controle da doença, pois essa pode continuar evoluindo mesmo com o equilíbrio da queda.  O que leva à diminuição da densidade capilar não é o numero absoluto de cabelos que caem, e sim a deficiência parcial de sua reposição.

Para um resultado expressivo, o indivíduo tem que ter noção de que o tratamento deve ser contínuo. A maioria dos trabalhos limitam os tratamentos em torno de 6 a 12 meses. O problema é que quem está sendo tratado acha que após esse período estará curado. É preciso entender que os resultados serão percebidos a longo prazo. Com frequência, há reclamações de que os cabelos não pararam de cair ou não aumentaram de volume após alguns dias de tratamento. Isso mostra um total desconhecimento do paciente sobre o assunto.

Estabilizar o processo da calvície significa não deixar que os fios saudáveis passem pelo processo de miniaturização e, aqueles que já estão não passem para a fase de queda irreversível. Isso quando se trata da calvície androgenética.

O cabelo funciona em ciclos. Todo fio de cabelo tem seu ciclo determinado geneticamente, ou seja, cada um terá um tempo de crescimento, um de repouso e outro de queda. Essas fases são respectivamente a anágena, a catágena e a telógena. Um fio se programa para cair três meses antes de se soltar do couro cabeludo. Se o indivíduo não tem nenhum problema capilar, cerca de 80% dos seus cabelos estarão na fase anágena (crescimento). Essa fase dura entre 2 a 6 anos. Após esse período, o fio passa para a fase catágena, normalmente menos de 1 % estão nessa fase e dura entre 2 a 3 semanas. Depois desse período, o cabelo se prepara para cair e dura cerca de 2 a 3 meses e em torno de 19% dos fios se encontram nessa fase telógena. Explico isso porque é importante saber que a maioria das patologias que atacam o couro cabeludo influencia na fase de seu crescimento (anágena), muitas vezes diminuindo o seu tempo de duração e com isso produzindo um fio fino e fraco. Ou muitas vezes interrompendo o seu crescimento.

Quando se tem uma queda acentuada, o equilíbrio entre essas fases se perde.  A anágena (crescimento) ficará mais curta, logo terá uma grande quantidade de cabelos nas fases catágena e telógena, apresentando uma queda expressiva. Seja qual for o tratamento realizado, os fios telógenos terão que cair para dar lugar a um fio anágeno com uma duração mais longa. Logicamente terá uma queda maior no início desse tratamento.

Conclui-se, então, que a diminuição na quantidade de cabelos que caem diariamente não é um bom medidor para se afirmar que um determinado tratamento esteja dando resultados positivos.

Sabendo que a ação de tudo usado no couro cabeludo não é uniforme sobre todos os folículos, a reversão da calvície e o controle da queda normalmente irá acontecer depois de vários ciclos do cabelo. 

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